sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Fome e Violência


É mais do que óbvio que a fome produz violência. Tão óbvio quanto o fato de que não é a única, nem a maior das causas deste mal social. Não se pode dizer que a tal da Suzane matou os pais por qualquer razão alimentar; Fernandinho Beira Mar não fulminou dois, por telefone, para consegui uma refeição decente na cadeia; Hildebrando Paschoal (lembram dele?) não serrou um capitão da polícia militar pra sair de um estado de anemia aguda e por aí vai...o maluco de Washington não matou por um BigMac (embora outros o façam); George Bush não vai matar 200.000 pessoas - provavelmente antes do ano novo - para saciar a fome do povo americano; os judeus não estão gradativamente se tornando piores que seus algozes nazistas pelas necessidades físicas de seu povo...
Ódio, cobiça, instintos primitivos, ciúme, loucura, vingança, e até motivos considerados mais "nobres", como a fé, e o próprio amor, podem ser arrolados como origens da violência. Até aí tudo bem, mas neste rol deve se reservar lugar de destaque para a FOME, com todos os seus éfes, ós, emes, e es. Se não, me respondam como é possível ser paciente, tolerante e compreensivo, de barriga vazia? Como é possível manter a dignidade, a honestidade e o caráter, sem ter o corpo – e conseqüentemente a mente - em perfeito estado de funcionamento?
O dizer de um bacana do Bolsa-Escola que a fome se resolve através da educação é, senão má-fé, muita hipocrisia mesmo, pois não é preciso nenhum estudo cientifico para se saber que a fome, ou a subnutrição (como queiram os que se encontram com a pança cheia) se resolve é com COMIDA. E não precisa ser o caviar do (atual) presidente não.


Pensem por favor: temos agora um Presidente da República dizendo que seu principal projeto é acabar com a fome, e vamos ficar cada um querendo impor sua frescura particular? É verdade - e eu não uso esta palavra à toa - que o melhor seria mesmo dar direto o dinheiro e a pessoa a comprar comida, ou aquilo que necessitar, e que melhor que isso ainda, seria garantir emprego decente e salário digno para todos. Só que isso, no momento - some-se as restrições orçamentárias, as exigências do FMI, o bocejar da Inflação, a oposição sorrateira da bancada do ódio (PFL e sequazes), etc, e se terá uma noção do porquê - é impossível, simplesmente impossível


Postado por:VInicius

autor:Deconhecido

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